sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Velhos Tempos Recentes

Ontem o Victor começou a engatinhar pela sala.
Ele já até corre, mas acho que deu vontade de dar uma “engatinhadazinha” pra relembrar os “velhos” tempos.
Comecei a vasculhar pelo meu disco rígido cerebral lembranças desta fase tão bonitinha da vida dele, quando os joelhinhos ficavam vermelhinhos no meio de tanta agilidade. Lembro que até ganhou umas joelheiras, mas de tão gordinhas, as perninhas ficavam piores do que sem o acessório. Aí ele ia, todo feliz com os joelhos no chão mesmo. Fazendo gracinhas, fugindo da gente soltando gritinhos como se dissesse: “Você não me pega!”
O Victor tinha por volta de sete meses quando começou a engatinhar “dos vera”. O local preferido para as fugas era o quarto do bisavô. Enquanto Seu Zé assistia seus jogos de futebol na TV, o bebê planejava a invasão do recinto para a alegria do vovô.
“Sinor, tu pai...” Assim dizia Seu Zé, com as mãos pra cima, como se estivesse dando a bênção ao invasor. O Victor logo dava meia volta, agora abençoado, soltando gritinhos eufóricos pela casa. Que alegria!
Aos nove meses, Victor ganhou um “andajá”. No primeiro dia ficou completamente parado, como se estivesse imobilizado por alguma força estranha. Alguns dias depois estava atropelando as pernas do bisavô. “Cuidado, Seu Zé...” dizíamos preocupados. E ele só ria, admirando a peraltisse de seu pequeno bisneto.
Engatinhando o Victor descobriu o mundo de verdade. Descobriu que ele mesmo, sozinho já poderá traçar o seu próprio caminho, tendo a certeza de que sempre estaremos ali por perto, para correr atrás dele e não deixar que nada de mal lhe aconteça.

...

O Seu Zé foi um grande coadjuvante nesta fase maravilhosa do bebê. Ele não chegou a presenciar os primeiros passinhos do “sinor”, mas com certeza estará acompanhando, lá do alto, todos os outros no decorrer de sua vida.
Obrigada, Seu Zé.

Um comentário:

Valzinha disse...

Sempre que leio esse texto fico muito emocionada, porque ele faz referência ao meu pai (que não mais está neste plano) e ao meu neto querido.

Obrigada, Jezi, pela delicadeza da lembrança.

Val.